Se me perguntarem qual pedacinho de chão mais me fascina no Brasil, de imediato lhes respondo: Via Trento. Este lugar é um circuito de vinícolas boutiques no coração da região vitivinícola da Serra Gaúcha, mais precisamente em Bento Gonçalves - RS.
Para chegar lá gosto de alugar um carro em Porto Alegre e dirigir por cerca de 123km, isso me dá autonomia e liberdade com meus horários e itinerário. Já vou fanado que Bento Gonçalves é a capital nacional do vinho e por lá a enogastronomia é muito diversificada, vale muito a pena degustar rótulos de pequenas vinícolas familiar nos bares e restaurantes da cidade, mas este assunto fica para outro momento.
Foto print: Google Maps
Se você também não faz parte daquele grupo privilegiado que pode desembolsar um bom dinheiro para se hospedar nos hotéis das vinícolas ou da rota do vinho, não precisa ter pressa para deixar a cama, principalmente porque por lá tem o amanhecer bem frio, também porque as vinícolas começam a receber visitas por volta das 10h. No entanto, se também gosta de apreciar as belas paisagens de um lugar, sem dúvidas que será bem recompensado ao acordar um pouco mais cedo.
Deixando a cidade por uma descida bem íngreme e sinuosa logo vamos deparar com uma estrada calçada de pedras e os primeiros sinais da vitivinicultura. Se o período for de inverno teremos a estranha sensação de que as videiras estão mortas, mas não se preocupem, elas só estão em dormência, se preparando para a próxima safra.
Foto print: Google Maps
Como em todo o sul do Brasil, a colheita inicia-se em janeiro e vai até abril. Portanto, as videiras entram em dormência após o término da safra, suas folhas caem e os galhos ganham aspectos secos, como se estivessem mortos. A depender do rigor do inverno podemos notar os primeiros sinais vegetativos no mês de agosto.
Dica super importante: fazer o roteiro com um "motorista da rodada" ou contratar um guia motorizado.
Seguindo a Via Trento vamos encontrar uma linda capela de Nossa Senhora das Neves, quem gosta de fotos é um lugar perfeito. Logo perto está a entrada da vinícola Marco Luigi, pessoal muito receptivo e ali mesmo já dá para degustar os primeiros goles do dia.
Vamos um pouco mais à frente apreciando o cenário deslumbrante, rodeado de vinhedos até chegarmos a vinícola Casa Valduga, mas antes não podemos deixar de passar na vinícola Dom Cândido, bem ao lado. Se você tiver a sorte vai conhecer por lá Dona Lourdes, a matriarca da família, muito simpática e adora uma foto.
Sem dúvidas que a Casa Valduga merece um parágrafo. Em minha opinião é a vinícola mais bonita da Serra Gaúcha. O cenário deslumbrante e suas construções, tem um cantinho especial para cada gosto do visitante. É irresistível degustar vários rótulos ou compartilhar uma garrafa com os amigos no wine bar, assim como também não podemos deixar de fazer um dos tours que passa por suas caves.
Foto: arquivo pessoal
Deixando a Casa Valduga seguimos um pouco adiante e encontramos a vinícola Larentis. Fiquei insatisfeito com a taxa de acesso, mas se tiver com a criançada é válido fazer um piquenique em meio as videiras.
Se a esta altura você ainda não almoçou ou achou o preço salgado demais nos restaurantes das vinícolas, pode seguir a estrada, desta vez descendo, até encontrar uma churrascaria. A comida é muito boa o preço bem legal.
Se chegou até aqui e ficou com sensação que poderia ter aproveitado mais pode fazer o retorno e aproveitar um pouco do final do dia em uma das vinícolas do percurso, porque depois da churrascaria a Via Trento vai se ligar com a RS-444 e teremos outras vinícolas maravilhosas que, se tiver mais algum tempo na região, é melhor deixar pro próximo dia.
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